Trecho do livro “Marketing 3.0 – As forcas que estãodefinindo o novo marketing centrado no ser humano - Por PhlipKotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan
“A crescente tendência à existência
de consumidores colaborativos afetou os
negócios. Hoje, os profissionais de marketing não têm mais controle total sobre
suas marcas, pois agora estão competindo com o poder coletivo do consumidores.
Foi essa tendência de os consumidores assumirem a função dos profissionais de
marketing que Wipperfürth previu em Brand
Hijack. As empresas agora precisam colaborar com seus consumidores. A colaboração começa
quando os gerentes de marketing ouvem a voz do consumidor para entender a sua
mente e captam insights do mercado. Ocorre
uma colaboração mais avançada quando os
consumidores desempenham o papel
principal na geração de valor por meio da cocriação de produtos e serviços.
A Trendwatching, grande rede de
pesquisa de tendências, resume a motivação dos consumidores para a cocriação de
produtos. Alguns consumidores gostam de demonstrar suas habilidades na geração
de valor para que todos vejam. Alguns consumidores querem adaptar um produto ou
serviço a seu estilo de vida pessoal. Às
vezes, os consumidores estão de olho na recompensa em dinheiro que as empresas
oferecem pelos esforços de cocriação. Outro veem a cocriação como oportunidade
de garantir um emprego. Existem aqueles que encaram a cocriação como mera
diversão.
A Procter &Gamble (P&G)
é conhecida por sua estratégia de conexão e desenvolvimento, que substitui sua
tradicional abordagem de pesquisa e desenvolvimento. O modelo da P&G se
assemelha ao da estrela-do-mar que, segundo Brafman e Becstrom, é uma excelente
metáfora para as empresas do futuro, pois a estrela-do-mar não tem cabeça assemelhando-se
a um grupo de células que trabalham em conjunto. O programa de inovação
alavanca a rede de empreendedores e fornecedores da P&G ao redor do mundo,
para que ofereçam novas e inovadora ideias de produtos. O programa contribui
com cerca de 35% da receita da P&G. Alguns dos produtos conhecidos inventados
pelo programa são o creme Olay Regenerist, Swiffer Dusters e as escovas a pilha
Crest SpinBrush. O programa prova que a colaboração pode funcionar em outros
setores que não o de tecnologia da informação.
Além de ajudar as empresas a desenvolver produtos, os consumidores também podem contribuir com ideias para anúncios. Veja o caso do anúncio “Free Doritos”, veiculado nos Estados Unidos. O anúncio, criado por um usuário, foi o mais assistido durante o Super Bowl, à frente até mesmo dos anúncios realizados por agências profissionais. A vitória provou que o conteúdo gerado pelo usuário muitas vezes alcança melhor os consumidores porque é mais relevante e mais acessível.
Esse aumento na participação e
colaboração do consumidor é examinado em “O futuro da competição”. Os autores,
Prahalah e Ramaswamy, argumentam que o papel do consumidor está mudando. Os
consumidores já não são mais indivíduos isolados; agora, estão conectados uns
aos outros. Suas decisões não são mais inconscientes; ao contrário, são bem
fundamentadas em informações. Não são mais passivos; são ativos, oferecendo feedback útil às empresas.
Portanto, o marketing evoluiu. Na primeira fase, o marketing era orientado pela transação, concentrava-se em como efetuar a venda. Na segunda fase, o marketing tornou-se orientado pelo relacionamento – como fazer o consumidor voltar e comprar mais. Na terceira fase, convida os consumidores a participar do desenvolvimento de produtos da empresa e de suas comunicações.