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segunda-feira, 23 de março de 2015

Mídias sociais colaborativas

Trecho do livro “Marketing 3.0 – As forcas que estãodefinindo o novo marketing centrado no ser humano - Por PhlipKotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan


“A crescente tendência à existência de consumidores  colaborativos afetou os negócios. Hoje, os profissionais de marketing não têm mais controle total sobre suas marcas, pois agora estão competindo com o poder coletivo do consumidores. Foi essa tendência de os consumidores assumirem a função dos profissionais de marketing que Wipperfürth previu em Brand Hijack. As empresas agora precisam colaborar  com seus consumidores. A colaboração começa quando os gerentes de marketing ouvem a voz do consumidor para entender a sua mente e captam insights do mercado. Ocorre uma colaboração mais  avançada quando os consumidores  desempenham o papel principal na geração de valor por meio da cocriação de produtos e serviços.

A Trendwatching, grande rede de pesquisa de tendências, resume a motivação dos consumidores para a cocriação de produtos. Alguns consumidores gostam de demonstrar suas habilidades na geração de valor para que todos vejam. Alguns consumidores querem adaptar um produto ou serviço a seu estilo de vida pessoal.  Às vezes, os consumidores estão de olho na recompensa em dinheiro que as empresas oferecem pelos esforços de cocriação. Outro veem a cocriação como oportunidade de garantir um emprego. Existem aqueles que encaram a cocriação como mera diversão.

A Procter &Gamble (P&G) é conhecida por sua estratégia de conexão e desenvolvimento, que substitui sua tradicional abordagem de pesquisa e desenvolvimento. O modelo da P&G se assemelha ao da estrela-do-mar que, segundo Brafman e Becstrom, é uma excelente metáfora para as empresas do futuro, pois a estrela-do-mar não tem cabeça assemelhando-se a um grupo de células que trabalham em conjunto. O programa de inovação alavanca a rede de empreendedores e fornecedores da P&G ao redor do mundo, para que ofereçam novas e inovadora ideias de produtos. O programa contribui com cerca de 35% da receita da P&G. Alguns dos produtos conhecidos inventados pelo programa são o creme Olay Regenerist, Swiffer Dusters e as escovas a pilha Crest SpinBrush. O programa prova que a colaboração pode funcionar em outros setores que não o de tecnologia da informação.



Além de ajudar as empresas a desenvolver produtos, os consumidores também podem contribuir com ideias para anúncios. Veja o caso do anúncio “Free Doritos”, veiculado nos Estados Unidos. O anúncio, criado por um usuário, foi o mais assistido durante o Super Bowl, à frente até mesmo dos anúncios realizados por agências profissionais. A vitória provou que o conteúdo gerado pelo usuário muitas vezes alcança melhor os consumidores porque é mais relevante e mais acessível.

Esse aumento na participação e colaboração do consumidor é examinado em “O futuro da competição”. Os autores, Prahalah e Ramaswamy, argumentam que o papel do consumidor está mudando. Os consumidores já não são mais indivíduos isolados; agora, estão conectados uns aos outros. Suas decisões não são mais inconscientes; ao contrário, são bem fundamentadas em informações. Não são mais passivos; são ativos, oferecendo feedback útil às empresas.


Portanto, o marketing evoluiu. Na primeira fase, o marketing era orientado pela transação, concentrava-se em como efetuar a venda. Na segunda fase, o marketing tornou-se orientado pelo relacionamento – como fazer o consumidor voltar e comprar mais. Na terceira fase, convida os consumidores a participar do desenvolvimento de produtos da empresa e de suas comunicações.

O marketing colaborativo é o primeiro elemento básico do Marketing 3.0. As empresas que participam do Marketing 3.0 querem mudar o mundo.  Não conseguindo fazê-lo sozinhas. Em uma economia interligada, precisam colaborar uma com as outras, com seus acionistas, com seus parceiros de canal, com seus empregados e com seus consumidores. O Marketing 3.0 representa a colaboração de entidades de negócios que compartilham conjuntos semelhantes de valores e desejos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Como atingir o jovem na web?

Volume e dispersão de material geram maior liberdade de escolha e marcas precisam entender seu público para gerar conteúdo que seja realmente relevante

O uso dos canais digitais para as ações de Marketing já é algo comum para as empresas, mas ainda há certa dificuldade para atingir o jovem na web. A chegada da internet mudou a maneira como as pessoas consomem conteúdo e se relacionam com as marcas. Como não há mais a figura de alguém que, do alto, define o que será consumido, todo o volume de conteúdo que circula na web é muito diverso e disperso, gerando também maior liberdade de escolha. Com isso, o processo se torna mais democrático e demanda das companhias um conhecimento maior do seu público para conseguir atingir com precisão este consumidor.

Cerca de 17% da população das principais regiões metropolitanas são jovens, o que equivale a 12 milhões de brasileiros entre 17 e 25 anos. A internet é a principal fonte de entretenimento para 47% deles, enquanto que, na população total, o número é de 33%. Os dados são da pesquisa “O jovem digital brasileiro” desenvolvida pelo Ibope Media em parceria com o YouPix em 2012 e 2013.

A juventude hoje é multimídia e 60% utilizam mais de um meio por vez. Além da internet, seu consumo é maior para mídia extensiva, televisão paga e cinema. A simultaneidade de veículos coexiste com a tendência à convergência, já que eles acessam a internet pela televisão, por exemplo. Cerca de 76% dos jovens acessam a internet regularmente, sendo que 92% acessam às redes sociais e 67% veem ou baixam vídeo pela internet. Enquanto 94% possuem telefone celular, 22% têm smartphones. “Eles trabalham, são independentes, conectados, informados, buscam ter uma vida de descobertas e são bastante ambiciosos”, resume Juliana Sawaia, Gerente de Learning & Insights do Ibope Media.

 

Desintermediação

 

Antes o sistema vigente no relacionamento do anunciante com a agência e com o veículo e do produtor de conteúdo com a televisão era o modelo de atacado. Para chegar até o consumidor, o produto tinha que passar por dois ou três intermediários. Com o YouTube, o modelo passa a ser de varejo, permitindo que o conteúdo chegue direto ao consumidor final. “Isso muda a dinâmica do negócio sob todas as perspectivas. E essa desintermediação é definitiva e irreversível”, afirma Federico Goldenberg, Gerente de Parcerias Estratégicas do YouTube Brasil.

Tanto no Brasil como no exterior, existem casos de artistas que começaram divulgando seus vídeos em formato artesanal no YouTube e, a partir da aceitação do público, tornaram-se sucesso. Os cantores Luan Santana e Justin Bieber são exemplos disso. “No YouTube, chamamos esses jovens de ‘Geração C”, porque ela está conectada, cria, compartilha, faz curadoria e comenta são ações. No modelo tradicional, isso não existe”, compara Federico Goldenberg.

A identificação é hoje a palavra mais importante no mercado de entretenimento, já que o talento de alguém é capaz de chegar até a audiência sem ninguém, em termos, interferir nesse percurso. “Para todos os veículos, é um processo de reestruturação e vejo o intermediário apavorado, porque perdeu a importância. Seja uma gravadora, uma canal de televisão ou YouTube, é preciso achar um jeito de jogarem juntos e construírem algo que faça sentido”, avalia Mauro Bedaque, Gerente da Área Digital para América Latina da Red Bull.

 

Mais inteligência

 

Num cenário em que o jovem é conectado e multimídia, as marcas que produzem conteúdo digital precisam ser mais inteligentes e capazes de ouvir o seu público, para conseguir gerar material que os agrade. “Há 20 anos, a gravadora, do alto do seu pedestal, deslocava a atenção das pessoas para onde queria. Ela tinha todo um mecanismo de Marketing construído e fazia investimentos pesados, então, a certa altura, era quase como um efeito manada. O processo agora é muito mais democrático.”, diz Luiz Calainho, empresário com negócios em entretenimento, web, conteúdo, música e mídia.

Antes, a divisão de disciplinas era bem clara entre as agências, os veículos e as produtoras. Hoje, um único negócio é capaz de reunir os três, como o Porta dos Fundos, que estão indo muito bem do ponto de vista econômico. “O Porta dos Fundos é um veiculo de comunicação, porque distribui o próprio conteúdo. É uma agência de propaganda, já que é procurado por marcas interessadas em criar campanhas através dele. E é uma produtora, porque ele mesmo se produz”, enumera Luiz Calainho.

O público de sucessos como Porta dos fundos é a primeira geração “self-marketing” de jovens, porque tem um olhar especial para saber o que é genuinamente interessante, diz Tiago Warcman, Vice-Presidente de Conteúdo e Programação da MTV. Hoje, não se consegue mais cercar o usuário e definir o que ele vai assistir. “Ele verá o que quiser e aonde quiser, seja no YouTube, seja no Netflix. São muitas opções de escolha”, diz o Gerente de Parcerias Estratégicas do YouTube Brasil.


Tendência mobile


Se o jovem digital tem liberdade para assistir ao que deseja, ele também encontra hoje mais opções de gadgets para se conectar à internet. Embora apenas 22% deles tenham smartphones, é muito grande o potencial de crescimento para os próximos anos, diz Juliana Sawaia, Gerente de Learning & Insights do Ibope Media. Cerca de 30% deles possuem televisão digital e 4% contam com tablets.

O uso de aparelhos móveis como smartphones e tablets para acessar canais como o YouTube vem crescendo. Em 2011, a média global era de 7% dos views, no ano seguinte foi para 25% e, de acordo com dados recém divulgados pelo Google, chegou a 40% em 2013. “Esse valor deve ser menor em termos de Brasil, mas, mesmo assim, mostra uma tendência. O YouTube e as redes sociais criaram experiências legais para  o mobile e a televisão terá dificuldade para replicar isso”, diz Federico Goldenberg, Gerente de Parcerias Estratégicas do YouTube Brasil.

Os meios tradicionais também estão tendo que se adaptar ao jovem, que tem uma relação mais interativa com as marcas e quer fazer parte das suas histórias. “No início, fazíamos um programa de televisão e pensávamos o que colocaríamos na internet. Alguém falava ‘coloca umas cenas extras lá’ e isso já era o suficiente. Hoje em dia não é mais isso, hoje tudo tem que ser pensado junto”, comenta Tiago Warcman, Vice-Presidente de Conteúdo e Programação da MTV.

Fonte: Lilian Calmon, do Mundo do Marketing

 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

A era Facebook acabou?

Por André Rosa e Cassio Politi

Não é nada inteligente responder “sim” ao título deste post diante de algumas evidências. A principal delas: o site de relacionamentos mais popular do planeta é dona do WhatsApp e do Instagram, que ajudam a empresa em novos direcionamentos. Em 2015, Mark Zuckerberg sinalizou que o Facebook deve se posicionar como uma plataforma de vídeos. Pretende ainda expandir seus tentáculos em mais de 100 países, oferecendo acesso gratuito à Internet. Em alguns deles, Facebook já é sinônimo de Internet: no Brasil, 55% das pessoas entendem assim; na Indonésia, a situação é mais curiosa: declaradamente,existem mais usuários de Facebook do que de Internet. É isso mesmo.

O fim da era Facebook (como a conhecemos, talvez) é o tema principal do podcast Content Marketing Brasil desta semana. Uma das razões que fortalece este debate é o fato de o alcance orgânico de postagens despencar desde 2012. Entenda por alcance orgânico o número total de pessoas que viram publicações de uma marca no Facebook por meio de uma distribuição que não foi paga.

Os dados não são divulgados regularmente. Em 2014, a previsão dos sites americanos especializados em mídias sociais era de que o percentual atingisse a marca de 1% — ou até menos — em 2015. Aguardemos.

A lógica é bem simples: quanto maior o número de empresas publicando, maior a disputa pela atenção dos usuários. A regra do Facebook é uma só: quem pagar ganha visibilidade. Quanto maior o valor investido em anúncios, maior o alcance.

Vejamos dados publicados neste primeiro trimestre por estudos de MarketoTechCrunchTecnoblog e do próprio Facebook, que nos ajudam a responder a pergunta feita:

  • Cada vez que faz login no Facebook, um usuário tem a possibilidade de visualizar entre 1.500 e 15.000 posts. Mas somente 300 deles são exibidos na newsfeed. A escolha é feita pelos algoritmos da rede social.
  • Somente 2% a 8% dos fãs de uma página visualizam posts grandes publicados por marcas.
  • Apenas 0,073% dos fãs de uma página interage com posts de marcas.
  • Uma pesquisa feita pelo próprio Facebook indicou que seus usuários querem ver as publicações de seus amigos, e não as promocionais. As mais rejeitadas são aquelas que vendem algo ou que sugerem a instalação de um aplicativo.
  • Embora já não seja mais um negócio tão bom para quem anuncia, o Facebook continua crescendo como empresa. E muito. O faturamento total em 2014 foi de US$ 12,47 bilhões — crescimento de 58% na comparação com 2013. Anúncios representam 93% das entradas.
  • No ano passado, a Universidade de Princeton comparou o ciclo das redes sociais a padrões de epidemia. E previu que, até 2017, 80% dos usuários deixarão a rede social. Mas a previsão, por enquanto, não dá sinais de que vá se confirmar dentro desse prazo. Afinal, a popularidade da rede de Mark Zuckerberg nunca deixou de crescer. No último trimestre de 2014, chegou perto de 1,4 bilhão de usuários ativos — crescimento de 18% em relação a 2013.
  • As empresas agora estão mais focadas em geração de tráfego. Em 2012, apenas 28% das campanhas direcionavam o usuário para sites das empresas. Em 2014, esse número subiu para 61%.
  • A pessoa que admira uma marca é três vezes mais propensa a visitar o site da empresa do que a sua fan page.
Para ninguém dizer que “adoram falar mal do Facebook”, uma sugestão agradável: a história do Condicionado  — e como a rede social ajudou a mudar sua vida.

Desafios de content marketing
No podcast, falamos também das dificuldades cotidianas de quem produz conteúdo de marca. Uma sondagem feita pelo eMarketer neste mês, com 290 profissionais de diversos países, listou os maiores desafios para quem busca resultados por meio de content marketing. São eles:

  1. Falta de recursos internos para a criação de conteúdo (53%).
  2. Falta de uma estratégia de conteúdo eficaz (42%).
  3. Restrição do orçamento (40%).
  4. Inabilidade para mensurar a eficácia (33%).
  5. Falta de integração de canais — cross-channel (27%).
  6. Falta de habilidade dos colaboradores (25%).
  7. Falta de variação dos tipos de conteúdo (24%).
  8. Falta de apoio dos gestores (15%).
Release em redes sociais

Saindo do âmbito das empresas privadas e abordando órgãos públicos, algo chama a atenção: o vício dessas instituições de publicar a agenda do governante em seus canais de comunicação com o público. Empresas do setor público devem seguir as mesmas premissas de content marketing e pensar no conteúdo dentro de um dos formatos mais praticados: informação, educação, entretenimento e prestação de serviços (Youtility).